O presente artigo tenciona refletir como duas performances intelectuais afro-brasileiras contemporâneas agenciam discussões sobre a escrita literária de autoria negra e as formas de escrita do corpo. O trabalho apresenta a emergência desses discursos literários que se insurgem no campo cultural, social e político, munidos de um engajamento intelectual frente às demandas e situações de desigualdade experimentadas historicamente por grupos considerados minoritários. São textualidades produzidas fora do ângulo da visão tradicional de abordagem artística que abalam o estatuto do sublime, do belo, do inatingível, da autoridade e da legitimidade instituídas pelo cânone literário. Para tanto, através dos textos poéticos de Esmeralda Ribeiro e Miriam Alves, busco utilizar o conceito de performance como operador analítico, pois me interessa compreender teoricamente como uma postura crítico-reflexiva engajada e assumida nas produções de escritoras negras e seus gestos performativos, potencializa tensões e deslocamentos nos modos de representação hegemônica construídos para o(s) corpo(s) negro(s). Nele, serão utilizados os seguintes referenciais teóricos: Schmidt (1995), Hooks (1996), Dallery (1997), Duarte (2011), Hall (2003), Setenta (2008), Glusberg (2010), entre outros.
Palavras-chave: literatura afro-brasileira; performance; intelectual; escritoras;