Com o processo de industrialização, São Paulo recebeu, no início do século XX, grandes levas de imigrantes, principalmente de origem italiana. A presença desses imigrantes gerou diversas manifestações culturais que exploram aspectos linguísticos e culturais de sua inserção na Cidade. Ao lado das caricaturas, observa-se na imprensa periódica uma profusão de experimentos de linguagem baseada na imitação do vozeio ouvido nos bairros habitados por italianos. Alexandre Ribeiro Marcondes Machado (1892-1933), que se tornou conhecido como Juó Bananére, incorporou esse linguajar para criar um estilo original. A máscara do imigrante, constituída por uma imagem e um modo de falar, passa a funcionar, assim, como uma espécie de metáfora que lhe permite representar um dos principais momentos históricos do País.
Palavras-chave: Imigração italiana, língua macarrônica, metáfora, Juó Bananére, literatura brasileira.