O objetivo do presente trabalho consiste em compreender e interpretar a narrativa de Haroldo Maranhão sob a perspectiva da alegoria, evidenciando os aspectos do pós-modernismo presente na obra do escritor paraense. O estudo apresentado adota os romances Memorial do fim: a morte de Machado de Assis e O Tetraneto Del-Rei como recorte destinado à análise, aludindo à presença, em tais obras, da temática da identidade e da contestação do discurso histórico. No primeiro romance, por meio da apropriação textual, conceitos pertencentes á metafísica ocidental e cristalizados como “naturais” são desarmados. O segundo romance alude ao discurso histórico enquanto construto, subvertendo seu caráter de veracidade por meio de um jogo textual. Tais ocorrências de significação são possibilitadas pelo caráter alegórico das obras, o qual, proporcionando uma polivalência de sentidos, desconstrói verdades absolutas, inserindo a obra de Haroldo Maranhão no contexto da escrita pós-moderna.