Pouco difundidas no exterior até cinco anos atrás, as obras ficcionais de nossos autores contemporâneos vêm ganhando espaço no mercado editorial internacional. Com o crescente número de obras traduzidas e publicadas por editoras estrangeiras, a presença dos próprios autores em grandes eventos literários internacionais, sobretudo aqueles que tiveram o Brasil como país homenageado – a Feira do Livro de Frankfurt (2013) e o Salão do Livro de Paris (2015) –, vem reforçar a estratégia de conquista de uma maior visibilidade literária no exterior. Ainda desconhecidos do grande público na França, pode-se dizer que, ao menos no meio acadêmico e na mídia local daquele país, tais autores avançam na luta por legitimar o seu lugar no espaço literário mundial. A partir dos pressupostos de visibilidade literária em torno da língua e do espaço geocultural, e de questões de legitimação e luta pelo reconhecimento dentro do espaço literário pensados por Pascale Casanova, Franco Moretti e Axel Honneth, propomos uma discussão sobre o enigma da recepção da literatura brasileira contemporânea na França: que características unem ou diferenciam Luiz Ruffato, Tatiana Salém Levy, Paloma Vidal, Ferréz, Paulo Lins e Milton Hatoum, entre outros autores, todos recentemente publicados em francês e participantes de debates este ano no Salão do Livro de Paris e nas universidades Sorbonne Paris 3 e Paris 4? E o que, efetivamente, espera o leitor e a crítica francesa da literatura brasileira?
Palavras-chave: Literatura brasileira contemporânea. Recepção. França. Salão do Livro de Paris.