Neste ensaio discutimos a categoria "resistência" e suas formas de representação em narrativas sobre a ditadura civil-militar brasileira, tomando como ponto de partida o conceito desenvolvido por Alfredo Bosi (2002) e as formulações sobre o mesmo conceito em Walter Benjamin (1994), Theodor Adorno (2012), Bárbara Harlow (1993) e Federico Lorenz (2013). Na revisão do conceito apontamos como algumas obras da literatura e do cinema nos auxiliam a compreender outras formas de resistência diferentes da polaridade proposta por Bosi, de forma imanente e forma temática. Desse modo apontamos a possibilidade de identificar a presença de uma resistência melancólica; uma resistência militante; uma resistência utópica; uma resistência distópica; uma resistência apática, a resistência eufórica. Analisaremos a coletânea "Vozes do Golpe, 1964", composta pelos contos "Mãe judia, 1964", de Moacir Scliar, "A mancha" de Luiz Fernando Veríssimo e o livro de memória "um voluntário da pátria" de Zuenir Ventura, observando como o testemunho será resignificado na memória da resistência política pós-64.