Thais do Socorro Pereira Pompeu (UFRA), Izabela Guimarães Guerra Leal (UFPA)
O autor paraense Haroldo Maranhão é um escritor consagrado na escritura de romances, contos e novelas. No entanto, sua produção infanto-juvenil ainda é pouco explorada. Nesse sentido, a proposta de comunicação irá tratar da obra infantil dicionarinho maluco a partir de duas perspectivas: na desconstrução do gênero dicionário e na preocupação com a formação do leitor. Durante toda a sua vida de escritor, Haroldo Maranhão foi extremamente cuidadoso com o que escrevia e com a recepção em seus leitores. Segundo ele escrever para crianças era um grande desafio, pois criança é um ser muito inteligente. A obra visa brincar com o significado das palavras, gerar novos sentidos e renomear as coisas. O intuito do autor é o de estimular o senso crítico e prender um público tão sofisticado. Na obra o autor trata de valores éticos, da sexualidade infantil, da cultura e do cotidiano de uma forma bem humorada e leve, pois segue os princípios determinantes da literatura infanto-juvenil, como o otimismo e a sensibilidade estética. O escritor brinca com a semântica das palavras e permite, assim , uma leitura criadora por parte do leitor, desconstrói um gênero muito caro em nossa cultura, o dicionário, mas constrói nesse esvaziamento um leitor independente e livre como o leitor e a criança futuro adulto que queremos. A escrita de o dicionarinho maluco é o empenho de um escritor que amou seu oficio, perseguiu com empenho as melhores palavras e sentiu-se responsável pela formação do leitor ideal, pois como se sabe literatura infantil é nada mais que uma literatura que leva em consideração o estágio cognitivo e o desenvolvimento infantil, mas que nada perde em valor estático e literário. Por isso, a referida obra é um importante capitulo a ser desvendado e discutido para os estudos críticos do escritor.
Palavras-chave: Literatura infantil, Haroldo Maranhão, gênero