O crítico literário Benedito Nunes (1929-2011), depois da sua experiência em Belém (PA) com duas análises de prosa de ficção em torno de dramas existenciais, a saber, A morte de Ivan Ilitch (1886), de Tolstoi, e A peste (1947), de Camus, no “Arte Suplemento Literatura”, da Folha do Norte, respectivamente em 1950 e 1951, num jornal em que colabora de 1946 a 1951, a princípio dando a lume poemas, passa a trazer a público, a partir de 24 de julho de 1965, em O Estado de São Paulo, artigos sobre a obra de Clarice Lispector, a qual aborda questões humanas eternas, como sofrimento/paixão, ódio/amor, infelicidade/felicidade, dor/prazer e vida/morte. O intelectual brasileiro, ao reunir os textos para o seu primeiro livro de crítica, O mundo de Clarice Lispector (ensaio), de 1966, publicado em Manaus (AM) e dividido em cinco capítulos, altera todos os títulos, mas conserva o seu conteúdo. No jornal O Estado de São Paulo, os títulos são os seguintes: “A náusea em Clarice Lispector” (24/07/1965), “A paixão segundo G. H.” (04/09/1965), “O jogo da linguagem I” (20/11/1965) e “O jogo da linguagem II” (27/11/1965). Na passagem do jornal para o livro, os artigos são, na ordem seguinte, intitulados: Capítulo I, “A náusea”; Capítulo II, “A experiência mística de G. H”. O terceiro e o quarto capítulos não são localizados; o capítulo V, “Linguagem e silêncio”, reúne os artigos “O jogo da linguagem I e II”. Os referidos textos são republicados no segundo livro de Benedito Nunes, O dorso do tigre (1969), com nota informando da existência dos mencionados ensaios em periódicos. Assim sendo, a presente comunicação objetiva fazer algumas considerações sobre os estudos de Benedito Nunes sobre a produção literária de Clarice Lispector.