Quando a crítica genética surgiu, sua investigação estava centrada no processo da criação na literatura, sobretudo com o estudo do manuscrito. Salles e Cardoso (2007) apontam que, uma vez que a crítica genética ultrapassa o campo da literatura, adentrando nas demais manifestações artísticas, ela também amplia suas ferramentas e linguagens, rompendo sua ligação intrínseca com o manuscrito. Dessa forma, ocorre a expansão de seus limites para além da palavra escrita – consequência disso é também a ampliação das formas de arquivamento. Diante dessa constatação, nos interessa observar de que modo a produção de um artista multifacetado como Lourenço Mutarelli – romancista, quadrinista, dramaturgo e ator –, se configura em meio ao procedimento da gênese e do arquivamento na atualidade, uma vez que conta com os mais diversos suportes. Para tanto, utilizaremos aqui as mídias sociais (entrevistas com autor publicadas em diversos sites, seu blog no projeto Amores Expressos, suas publicações no site Facebook); textos que integram seus sketchbooks, lançados pela editora Pop (2012), notas de romances, entre outros. O embasamento teórico do trabalho conta com textos de Fausto Colombo (1991), Louis Hay (2003) e Philippe Willemart (1993).
Palavras-chave: Crítica Genética, Lourenço Mutarelli, Arte Contemporânea