O TEXTO COMO FONTE PARA UM NOVO TEXTO: CRÓNICA DE EL-REI D. JOÃO & A ABÓBADA Débora de Lima Santos (PPGLA/UEA/FAPEAM) A palavra literária, segundo os estudos realizados por Julia Kristeva (2005), a partir de Mikhail Bakhtin, não é considerada como ponto fixo, mas esta é realizada por meios de cruzamentos e diálogos entre outras escrituras. A palavra literária dialoga entre o sujeito da escritura, o destinatário e textos exteriores. Estes diálogos são dimensões do espaço textual. No momento que se coincidem sujeito da escritura e destinatário com o texto e o contexto revela-se a palavra (texto), esta por sua vez ocorre pelo cruzamento de outras palavras (textos). Kristeva ressalta a formulação de que todo texto se constrói como mosaico de citações, assim todo texto é absorção e transformação de outro texto. Nessa linha de percepção, nossa proposta é tratar a Crónica de El-Rei D. João, por Fernão Lopes como texto-fonte para a narrativa A Abóbada, de Alexandre Herculano. Objetivamos observar como personagens, cenários e episódios são dados a ler a partir de uma reconstrução. Trataremos a construção de um texto por outro texto já preexistente, um como chamamento a outro, o texto como fonte para uma nova escritura. Além de Fernão Lopes e Alexandre Herculano utilizaremos como fontes bibliográficas os textos de Mikhail Bakhtin (1997), Maria Ema Tarracha (1988), Jeanne Marie Gagnebin (1994), Julia Kristeva (2005), Silviano Santiago (1980) e António José Saraiva (1996). Palavras chave: Literatura. História. Reconstrução.