Propõe-se indicar João Gilberto Noll, no romance Lorde (2004), como escritor
fundamental para pensar a literatura brasileira do século XXI. Afirma-se o escritor como um
“contemporâneo” ao criar narrativas à margem da exigência do espetáculo editorial e narrar “com
o olhar fixo no seu tempo, para perceber não as luzes, mas o escuro”. (Agamben, 2009). Longe
da submissão ao ‘vale-tudo’, o protagonista é frágil, inseguro; sujeito em transformação,
obrigando-nos à aproximação com ele pela inconsistência de nossa própria (des)identidade. Num
redesenho constante “do nosso rosto incerto” a olhar-se “no espelho do mundo” (Pelbart, 2000),
e só ver subjetividades em trânsito, está ele – estamos nós – por um fio.
Palavras-chave: João Gilberto Noll; Lorde; Contemporâneo; Subjetividades.