Ao longo da história, ação, palavra e pensamento tiveram estatutos diferentes e às vezes
opostos. Em um tempo em que voltamos a colocar em pauta a importância das ações, por estarmos
nos sentindo tão impotentes politicamente, estaria a palavra separada da ação? O que pode o corpo
do poema? O que pode um corpo que não pode agir? Como colocou Agamben em uma entrevista:
“O que pode um corpo quando toda ação se tornou impossível”? Como podemos pensar o poema
fora da dicotomia ação versus pensamento? Se a ação sempre foi compreendida no campo da
política, ao contrário do pensamento, como pensar o estatuto político do poema sem, no entanto,
vê-lo como ação e, ao mesmo tempo, sem vê-lo separado do pensamento?