O presente artigo tem como ponto de partida a imagem paradoxal do rio na obra
literária Danúbio (2008), do germanista Claudio Magris. Considerando que a
interdependência entre literatura e natureza pode ser pensada como protagonista desta
obra se faz necessário perceber o rio como sinônimo de vida e escrita. Partindo da postura
de Ottmar Ette (2016) que, de um lado, considera a literatura um espaço de imposição de
saber e, do outro, como espaço para a existência da humanidade. Assim, com o intuito de
expor o paradoxo da vida usaremos como aporte teórico Jose Juan Saer (2005) para
reforçar a liberdade de criação literária em oposição a obrigatoriedade da forma. Portanto,
proponho uma releitura de conteúdo e forma, para, a partir dos apontamentos teóricos e
metodológicos, contribuir e propor outros limites de compreensão sobre o sobreviver do
rio.