Eider Madeiros (UFPB), Hermano de França Rodrigues (UFPB)
Pierre Louÿs apresenta, no último capítulo do Manual de civilidade destinado às
meninas para uso nas escolas (2005), um pequeno guia de eufemismos que brinca jocosamente
com a ordem pública dos bons costumes quando esta tenta estabelecer, através das figuras de
linguagem, os devidos modos de falar, os dizeres adequados às femininas representantes do
pudor como virtude social. Este ensaio se propõe a pensar o fator obsceno como imprescindível
à compreensão da instância pornoerótica, diante de sua capacidade de movimentar e qualificar o
limiar entre as ordens morais e os princípios de prazer, entre o impedido e o permitido, entre o
implícito e o explícito, sem escapar da sua própria ambivalência destrutivo-produtiva.
Palavras-chave: Literatura pornoerótica; Obscenidade; Ambivalência; Psicanálise; Pierre Louÿs.