A poeta Orides Fontela é ainda pouco estuda pela crítica literária. Sua obra que
contempla apenas cinco livros é concisa, tensa, sem enfeites e de cunho filosófico. Marcada pela
originalidade, seus temas que vão da religiosidade cristã a mitologia grega, passando pelo
questionamento do ser e a insistência em certas palavras/símbolos. Em Alba (1983), obra que
nos propomos a analisar, observamos que saltam de boa parte de suas poesias uma preocupação
com o fazer poético, com a palavra, com a página em branco. Inquietação que ora se explicita
(como em Composição) e ora se camufla (como em Alba) exigindo do leitor/crítico/interprete
um debruçar-se mais profundo sobre sua obra.