Partindo do destaque costalimiano da desconfiança ou mesmo da hostilidade do
pensamento religioso quanto à fictio, pretende-se abordar a feição particular assumida pelo
controle do imaginário a partir do Concílio de Trento, com sua grande valorização do emprego
das imagens como estratégia persuasiva e como ferramenta de combate ao protestantismo
nascente. Em seguida, considerando a força da retórica cristianizada nas práticas letradas do
século XVII e o lugar de destaque da alegoria nas representações da época, será examinada a
sermonística de Antônio Vieira para refletir acerca de seu uso da narrativa alegórica e do
fingimento como figura veritatis.
Palavras-chave: Antônio Vieira; alegoria; controle do imaginário; sermões