Esta comunicação pretende refletir sobre os usos da capa de disco como suporte para
o retrato e/ou autorretrato do artista. Partindo do “estado permanente de invenção”, expressão
cunhada por Hélio Oiticica, analisaremos capas que apresentam fotografias de artistas como
locus de constante criação e recriação das personae artísticas. Ao analisar as capas como
superfície para retratos, atentamos para um processo que lida diretamente com questões de
visualidade e que joga luz sobre certas narrativas (musicais, mas não só). A imagem transmitida
por um artista, e o modo como ele se coloca em cena, é também uma forma de (auto)biografia,
na medida em que há, muitas vezes, parentesco com o conteúdo do disco.
Palavras-chave: Capa de disco; Música popular; Retrato; Visualidade