Adriana de Borges Gomes (UNEB), Mike Sam Chagas (UFBA)
Julio Cortázar, em De otra máquina célibe (1967) apresenta ao seu leitor a
possibilidade inusitada da construção de uma máquina para ler seu romance O jogo da
amarelinha (1963). A proposta da edificação (RAYUEL-O-MATIC) é do engenheiro Juan
Esteban Fassio, leitor do romance. Em Os lados do círculo (2004), de Amilcar Bettega Barbosa,
nos é desvelada certa aproximação narrativa com O jogo da amarelinha, cuja estrutura
romanesca está subdividida em: Do lado de lá, Do lado de cá e De outros lados. Embora a
narrativa de Bettega se configura como contos, é justamente em sua conformação estrutural que
o livro se aproxima ao romance cortazariano. Fato que nos instiga a abstração de uma máquina
para ler esses lados do círculo.
Palavras-chave: Máquina de ler; Quadrado círculo; Cortázar; Bettega.