Um dos aspectos menos enfatizados nas interpretações correntes sobre a obra de
Euclides da Cunha é o conjunto de seus escritos amazônicos, reunidos em Contrastes e
confrontos (1907) e em À margem da história (1909). Bem antes da legitimação de conceitos
como "ecologia", "responsabilidade social" e "questões ambientais", Euclides soube fazer uma
ampla e importante reflexão sobre a Amazônia como "terra sem história". Intentamos recolocar
a importância desse "letramento verde" na obra de Euclides da Cunha, a fim de compreender
melhor as representações da selva e do sertão na obra desse que é um dos mais relevantes
intérpretes do Brasil.
Palavras-chave: Euclides da Cunha, letramento verde, paideia de margem