Nosso estudo pretende investigar o conceito de cronotopia delineado por Mikhail Bakhtin em Questões de Literatura em Estética – a teoria do romance (1937-1938), numa leitura comparatista entre as obras Cem anos de solidão (1967), de Gabriel García Marquez e A varanda do frangipani (1996), do então escritor moçambicano Mia Couto, e observar, ainda que forma breve, como alguns aspectos do tempo-espaço se relacionam com a memória, a ancestralidade, a oralidade e a naturalização do insólito no espaço cotidiano das narrativas. Os dois romances revelam, além da subversão do sólito, o papel da resistência nas vozes de múltiplos personagens.