Denise Araújo Lobato, Drª. Germana Maria Araújo Sales
Muitos romances foram escritos, sobretudo no século XIX, para instruir as mulheres no que se refere à manutenção dos valores sociais então vigentes. Outrossim, escritoras produziram súmulas as quais se denominam de manuais de conduta feminina. Dos livros nessa linha, a autora brasileira Júlia Lopes de Almeida publicou O livro das noivas, nas derradeiras décadas do oitocentos (1896). Nele, Almeida escreve em favor da instrução das moças que pretendiam se casar: num viés pedagógico-moral, a escritora versa sobre diversos assuntos pertinentes ao domínio do lar, da família e da educação, num binômio feminino-feminino, uma vez que se tem uma mulher-autora, que escreve diversas crônicas voltadas à mulher-leitora daquele período. A tônica é de aconselhamento, de sugestão, de ensinamento, de orientação e de advertência ao que é considerado como atitudes não condizentes com a moral e os bons costumes. Isto nos faz inferir que o Livro das noivas, foi um manual de conduta que correspondeu aos anseios do que se julgava ser leitura apropriada à mulher. Nesse sentido, objetiva-se apresentar o referido livro, haja vista que ele é parte do objeto de pesquisa do mestrado que estamos a desenvolver. Por meio dos resultados já obtidos, podemos evidenciar como o teor moralizante, que na obra se percebe, faz parte da produção da escritora, que dentre tantas que produziram nos séculos XIX e XX foi considerada como a escritora mais expressiva de seu tempo. Por esta razão, afirmamos que grande notoriedade e importância este livro obteve entre as famílias burguesas, visto que grande influência Júlia Lopes de Almeida tinha perante a sociedade.
Palavras-chave: Júlia Lopes de Almeida, Livro das noivas, moralismos.