A arte literária de Maria Firmina dos Reis se configura na determinação e combate de uma mulher que estava inserida no século XIX, que é sinônimo de luta e coragem. Em meio a uma sociedade patriarcal, ela apresenta sua narrativa abolicionista, não se deixando vencer pelo preconceito racista que reinava naquela época. O conto “A Escrava”, publicado na Revista Maranhense (1887: 1, nº 3) escrito no auge da campanha abolicionista, é considerada uma obra afro-brasileira, pois apresenta o negro na perspectiva do negro, que aborda a classe social do negro em nosso país. Ela expressa as qualidades do homem negro, portador de sentimentos bons e virtudes, fortes o suficiente para lhe fazer superar a dor, causada pela humilhante condição de cativo, agindo com mansidão mesmo que não seja durante todo o tempo. Diante disso, este trabalho tem como objetivo analisar a narrativa acima a partir de uma voz que clama passagens que fazem retroceder experiências, expressadas pelo sofrimento, pela angústia e pela mágoa. Para fundamentar este estudo, tomamos por base, as concepções de Duarte, Conceição Evaristo, Cuti, Morais Filho, Mott e outros.
Palavras-chave: Literatura afro-brasileira. A Escrava. Narrativa abolicionista.